Empresas de diversos setores estão reavaliando a adoção do home office devido à queda de produtividade dos trabalhadores nesse modelo de trabalho. Segundo estudos norte-americanos, o trabalho remoto prolongado gerou uma redução de até 18% no desempenho em comparação ao modelo presencial. Essa realidade tem levado organizações a retomarem o trabalho presencial ou adotarem regimes híbridos para melhorar os resultados.
Brandon Vigliarolo, do TechRepublic, apontou que o home office, após o auge da pandemia, revelou dificuldades para manter o mesmo nível de produtividade de equipes presenciais. A distância entre os colaboradores e a falta de convívio social são alguns dos fatores citados que influenciam na queda de rendimento.
Francisco Gomes Junior, advogado especialista em relações de trabalho, confirma que as empresas têm optado por mudanças. “Temos visto empresas adotarem políticas híbridas ou até pedirem o retorno completo dos funcionários ao escritório. Isso acontece em razão da dificuldade de mensurar o impacto real do trabalho remoto em relação à produtividade”, explica o advogado. Ele destaca o modelo híbrido como uma alternativa para equilibrar proximidade e flexibilidade.
Uma pesquisa recente da Associação Brasileira de Recursos Humanos revelou que 49,6% das empresas brasileiras estão em regime presencial, 46,2% adotam o modelo híbrido e apenas 4,2% seguem com o home office integral. Esses números mostram uma significativa mudança em relação a 2022, quando 23,9% das empresas mantinham o regime remoto.
O retorno ao trabalho presencial também gera debates jurídicos. O advogado Francisco Gomes Junior reforça que as empresas devem respeitar as condições de trabalho previstas nos contratos e seguir as normativas trabalhistas para evitar litígios. “Questões como ergonomia, saúde mental e organização do ambiente de trabalho devem ser consideradas para evitar possíveis problemas jurídicos”, conclui o especialista.