O melhor jeito de educar o seu filho é apostar no bom exemplo – e, quando o assunto é alimentação, a regra segue a mesma. Se logo nos primeiros anos de vida as crianças forem acostumadas a consumir produtos industrializados, como embutidos e biscoitos recheados, provavelmente são esses alimentos cheios de conservantes que eles comerão na fase adulta.
A questão é que os maus hábitos à mesa podem favorecer não só a obesidade, mas o desenvolvimento de doenças – hipertensão e diabetes são algumas delas. “Se o excesso de peso não for combatido até os dois anos, mesmo que a criança tenha um crescimento saudável, as chances de ela se tornar obesa chegam a 20%”, diz Daniel Gentil, especialista em gestão de saúde de São Paulo.
Para não correr o risco de comprometer a saúde dos pequenos, os pais devem se conscientizar de que a educação nutricional é responsabilidade deles e precisa ser levada a sério. No entanto, pelo que os dados têm revelado, eles não estão fazendo a lição de casa direito. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças entre 5 a 9 anos está acima do peso recomentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E até 2025 poderemos ter 75 milhões de crianças obesas ou com sobrepeso.
De tudo um pouco
Além de praticar atividades físicas, a solução para que as crianças vivam sem quilos extras é simples. De acordo com estudos publicados na revista da Associação Americana de Medicina, fazer refeições em família ajuda a comer melhor e, consequentemente, garante adultos magros e saudáveis. “Isso é fundamental para o desenvolvimento físico e mental”, afirma a nutricionista Roseli Rossi, da Equilíbrio Nutricional, de São Paulo.
Quando começam a comer papinha, os bebês já deve ser apresentados a verduras, legumes e frutas. Conforme vai crescendo, a oferta de alimentos precisa aumentar. Outra vantagem de apostar na dieta caseira é poder controlar a quantidade de sal e açúcar que chega à mesa.
A nutricionista Giorgia Varzoni, de São Paulo, recomenda, como ideal, a dieta abaixo. As porções deve estar equilibradas em seus refeições diárias.
Grupo 1 – Cereais, pães, tubérculos e raízes: três porções (6 a 11 meses de idade), cinco porções (a partir de 1 ano)
Grupo 2 – Verduras e legumes: três porções (a partir de 6 meses). Frutas: três porções (6 a 11 meses), quatro porções (1 a 3 anos), três porções (a partir dos 4 anos).
Grupo 3 – Leites, queijos e iogurtes: leite materno (0 a 1 ano), três porções (a partir de 1 ano). Carne e ovos: duas porções (a partir dos 6 meses). Feijões: 1 porção (a partir dos 6 meses).
Grupo 4 – Óleos e gorduras: duas porções (6 meses a 3 anos), uma porção (a partir dos 4 anos). Açúcar e doces: uma porção (a partir de 1 ano).
Vale lembrar que, mais do que prevenir a obesidade, comer bem diminui o risco de ter colesterol elevado, problemas nas articulações, diabetes, acidente vascular cerebral, infarto, apneia do sono, já que os gordinhos costumam sofrer bullying na escola.