Segundo Karine Kleine, uma das pioneiras na área de nefrologia animal do Brasil, autora do “Guia Prático de Nefrologia em Cães e Gatos”, diretora do Grupo Kleine e professora de nefrologia e cardiologia do Centro de Desenvolvimento da Medicina Veterinária no Rio de Janeiro, a doença renal crônica pode ser congênita ou adquirida. “Se for congênita, não já como prevenir, mas é possível retardar a evolução do problema se o diagnóstico for precoce. Nesses casos, para evitar que a doença renal se perpetue, isto é, que seja transmitida aos filhotes, a castração de animais comedidos deve ser realizada. Nos casos de doença adquirida, a melhor prevenção é manter a saúde em dia, com check-up anual e vacinação”, alerta. Qualquer animal pode desenvolver a doença renal crônica, porém, Karine destaca que em animais com idade avançada (acima de 8 anos), é ainda mais comum. “As raças mais predispostas são Shih Tzu e gato Persa”, aponta.
Confira 6 cuidados para a saúde renal do cachorro
1. Faça exames regulares
Karine recomenda a realização de exame de urina a cada 6 meses em animais com mais de 5 anos e anual em cães jovens. “É muito importante para o diagnóstico precoce de várias doenças renais e do trato urinário. Fazendo tratamento na fase inicial, proporcionamos uma sobrevida com qualidade ao animal”, enfatiza. Para os tutores mais preocupados, realizar ultrassonografia abdominal a cada seis meses é outra forma de ficar de olho em tais doenças.
2. Observe a urina
A cor da urina do per é uma boa forma de o tutor desconfiar que algo está errado. “Uma urina muito transparente, de cor amarelo-claro, parecendo água, ou muito escura (castanha) não é um bom sinal”, revela Karine. Assim, um animal saudável possui urina amarela. A presença de sangue também não é normal e as causas podem ser variadas, explica Karine. “Cistite, neoplasia, presença de cálculos urinários são alguns exemplos”.
3. Rações de qualidade
Oferecer ao cão uma alimentação balanceada e de boa qualidade ajuda na prevenção de doenças renais. “Rações de baixa qualidade podem causar problemas renais em animais que já tenham alguma propensão a desenvolver o problema”, explica Karine. Ainda segundo ela, dietas não balanceadas podem conter excessos de fósforos, de corantes, de sal ou de proteína, sobrecarregando os rins do animal. Para dar maior qualidade de vida aos cães que já sofrem de doença renal, existem no mercado as chamadas rações terapêuticas, voltadas para diferentes doenças, entre elas, a renal. “Muitos animais de estimação que fazem uso das rações terapêuticas utilizam menos remédios”, aponta Karine, sobre uma vantagem do alimento. Contudo, se o seu pet for jovem, saudável e não sofrer de nenhuma doença renal, ele não deve consumir esse tipo de alimento. “Essas dietas possuem níveis mais baixos de proteína, restrição de fósforo e sódio, e são ricas em gordura. Ou seja, além da carência proteica, principalmente em animais em fase de crescimento, como é hipercalórica, essa ração para cães renais pode causar sobrepeso no pet que não sofre desse mal”, alerta.
4. Mantenha uma rotina saudável
Manter o esquema de vacinações, vermifugação e outros cuidados recomendados pelos veterinários contribui com a saúde. Entre tais cuidados, Karine aponta como fundamental manter uma rotina saudável com exercícios físicos e ração de boa qualidade.
5. Hidratação
A recomendação que médicos passam para os humanos, de beber muita água, também serve para nossos amigos de quatro patas. “Ofereça água fresca em vasilhas limpas”, recomenda Karine. Para saber quanta água seu animal de estimação deve ingerir por dia, Karine diz que não existe um cálculo exato.
6. Busque por especialistas
Assim como a Medicina Humana, a Veterinária também possui seus especialistas. Tais profissionais são mais indicados para atender animais com doenças específicas como é o caso de cães nefropatas, pois além do conhecimento, podem oferecer tratamentos e alternativas de ponta na área onde atuam. Karine destaca que entre as novidades já disponíveis em sua área de atuação estão a renoproteção, hemodiálise (rotina em grande parte do Brasil); cirurgia com microscópio, que permite a retirada de cálculo urinário de animais de baixo peso e em locais de maior dificuldade, como o ureter, dieta com orientação de nutrólogo veterinário, entre outras.