No Dia Internacional do Cão-Guia, destaca-se sua importância para deficientes visuais, com apenas 2% tendo acesso a esses fiéis companheiros (Foto: prostooleh/Freepik)

No Dia Internacional do Cão-Guia, celebrado em 25 de abril, destaca-se a significativa contribuição desses animais na vida de pessoas com deficiência visual. Com apenas 2% dos 6,5 milhões de deficientes visuais no Brasil usufruindo dessa assistência, a necessidade de ampliar o acesso a cães-guia é evidente, conforme alerta a Vetnil, empresa de produtos veterinários.

“Cães-guia não apenas facilitam a locomoção, mas também promovem a sociabilização e autonomia dos deficientes visuais”, destaca Fernanda Cioffetti Marques, médica veterinária e gerente de Marketing da Vetnil. No entanto, o treinamento desses animais é um processo longo, dividido em três etapas: sociabilização, treinamento e instrução.

Durante a sociabilização, filhotes com dois meses de idade são adotados por famílias voluntárias, preparando-os para interagir em diversos ambientes. Já o treinamento, iniciado entre um e um ano e meio de idade, ocorre na escola de adestramento, durando de quatro a seis meses. Por fim, na fase de instrução, que dura de três a cinco semanas, o deficiente visual e o cão-guia fortalecem seu vínculo.

A legislação brasileira garante o acesso desses animais a locais públicos, conforme a Lei do Cão-Guia. No entanto, é crucial que as pessoas compreendam que, quando em serviço, esses cães não devem ser distraídos. “Um descuido ou desvio de atenção do cão-guia pode resultar em problemas e até acidentes”, adverte Fernanda Cioffetti Marques.

12 dicas de como lidar com um cão-guia

  1. Não chame a atenção do cão-guia. É importante lembrar que ele está trabalhando e não se encontra na posição de um bichinho de estimação naquele momento;
  2. Não o toque e nem o acaricie enquanto ele estiver usando o peitoral com alça de trabalho. O animal pode se distrair e acabar causando algum acidente com a pessoa com deficiência visual;
  3. É preciso que os tutores de cães de estimação controlem seus animais, utilizem coleiras e, de preferência, fiquem afastados dos cães-guias. Caso contrário, ele poderá acabar perdendo o foco de sua atividade principal;
  4. Nunca ofereça alimentos ao cão-guia. Ele tem horário certo para comer e certamente estará bem alimentado pelo seu tutor;
  5. Fale sempre com a pessoa com deficiência visual primeiro e nunca diretamente com o cão-guia. Já que ele sabe que alguém poderá distrai-lo, e só permitirá a intervenção, caso o cão não esteja a trabalho;
  6. Caso alguma pessoa com deficiência visual peça ajuda, o ideal é aproximar-se pelo lado direito dele, de maneira que seu cão-guia fique à esquerda;
  7. Se por ventura a pessoa com deficiência visual aceitar ajuda, ela irá pedir para que você ofereça seu cotovelo esquerdo. Neste caso, usará um comando para indicar ao cão-guia que ele estará temporariamente fora de serviço;
  8. Ao passar informações para a pessoa com deficiência visual, é preciso indicar com clareza o sentido em que se deve dobrar ou seguir para chegar ao local, assim ele poderá passar a rota ao cão;
  9. Não pegue o braço de uma pessoa com deficiência visual que está acompanhado de um cão-guia, sem antes conversar. Muito menos toque na guia do animal, pois a mesma é só para uso do seu tutor;
  10. O cão-guia foi treinado e está habituado a viajar tanto dentro como fora do país, em todos os meios de transporte, acomodado aos pés do seu tutor, sem atrapalhar os passageiros;
  11. Os cães-guia são capacitados para entrar e permanecer junto aos seu tutores em todos os tipos de estabelecimentos, tanto de saúde como em lojas, restaurantes, supermercados, cafeterias, cinemas, teatros, centros de estudo ou trabalho, sem causar alterações no funcionamento dos locais e nem incomodar os funcionários ou o público;
  12. Devido ao treinamento que recebem, os cães-guias estão capacitados para exercer suas funções e nunca vagam pelos recintos. Eles têm o mesmo direito de gozar de livre acesso a todos os locais públicos como seus tutores.

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