Genética, hormônios, menstruação, estresse, alimentação inadequada, uso de suplementos e bactérias, essas são algumas das causas da acne, uma doença crônica que pode aparecer em qualquer idade, em homens e mulheres.
“Em geral, as espinhas e cravos surgem na puberdade, correspondendo, nesta faixa etária, aproximadamente 80% da queixa dermatológica nos consultórios médicos. Nos adultos, entre 20 a 35 anos estima-se prevalência de 8% e depois desta idade, a porcentagem cai para 3%”, explica a dermatologista Natália Solon Nery, de Brasília. No entanto, ainda que o problema seja mais frequente em adolescentes, a acne também pode surgir na fase adulta, principalmente em mulheres.
Acne na fase adulta
Nas mulheres adultas, a acne é causada pelo estímulo dos hormônios, segundo Natália, androgênicos sobre as glândulas sebáceas. Por isso, quase 70% das mulheres relatam piora das lesões no período pré-menstrual. “A avaliação hormonal com exames laboratoriais e ultrassom pélvico são necessários. O tratamento nos adultos requer tempo e boa aderência dos pacientes”, avisa a dermatologista de Brasília.
Os tipos de acne
Segundo a médica-chefe da rede Pró-Corpo Estética Avançada, Adriana Benito, de São Paulo, existem quatro tipos de acne.
1º grau:
Os cravos que aparecem sem lesão ou inflamação são um deles, esses podem ser classificados como acne de 1º grau e são tratados com adstringentes, limpeza de pele frequentes e produtos esfoliantes – que devem ser utilizados duas vezes por semana. “Além disso, o uso de sabonetes específicos, duas vezes ao dia, também é fundamental”, alerta. Quem tem pelo oleosa, deve seguir outra recomendação: utilizar sabonetes específicos e fotoprotetores reguladores de oleosidade com ação hidratante. “Muitas pessoas acham que, por terem a pele oleosa, a hidratação faz parte do tratamento contra a acne e traz vários benefícios, incluindo o adiamento do aparecimento de rugas, por exemplo”, esclarece Adriana.
2º grau:
Esta, por sua vez, apresenta na pele cravos e espinhas pequenas e, segundo a médica de São Paulo, um dos tratamentos a serem utilizados é a luz pulsada. Este procedimento tem o objetivo de aquecer o tecido mais profundo da pele para, assim, estimular a produção de colágeno e elastina que dão firmeza e sustentação. “A luz pulsada também colabora no processo anti-inflamatório agudo”, salienta Adriana.
3º grau:
Nesse caso, é possível observar lesões mais profundas, que geralmente são dolorosas, vermelhas e com pus, pois estão inflamadas. O tratamento é realizado com acompanhamento médico e administração de medicamentos tais como antibióticos e a isotretinoína, um medicamento mais potente e com algumas restrições de uso.
4º grau:
Para esses casos também é indicada a isotretinoína. “Trata-se do tipo de acne mais grave de todos, podendo ocorrer além de nódulos e lesões, também cistos e abscessos que causam cicatrizes na pele”, avisa a médica da Pró-Copo Estética.
Marcas na pele, e agora?
Enquanto os tratamentos médicos atuam para acabar com a inflamação da glândula sebácea, alguns procedimentos estéticos são decisivos para retirar as cicatrizes deixadas pelas marcas das espinhas. “O tratamento de baseia no uso de cremes de despigmentação, que podem ser à base de ácido retinoico, ácido glicólico, hidroquinona, ácido azelaico, dentre outros, que são prescritos por dermatologistas de acordo com o seu tipo de pele”, diz Natália, ressaltando a importância da consulta com um especialista de confiança.
Casos cirúrgicos
Infelizmente, nem todos os casos podem ser resolvidos com os tratamentos estéticos. “Às vezes, a acne pode formar cistos, fístulas e cicatrizes sendo indicado o tratamento cirúrgico”, avisa Natália.
Evite as manchas
Para quem tem acne, mas ainda não tem mancha na pele, uma boa notícia: dá para evitá-las com alguns cuidados simples. “A principal forma é se protegendo do sol. Hoje, existem diversas formulações de protetores solares específicos para pele oleosa e acneia que dificultam aparecimento de novas lesões. O filtro solar deve ser usado de duas em duas horas, fator mínimo 30”, diz Natália. Lembrando que além do protetor solar, o paciente deve fazer o uso de chapéus, bonés e sombrinhas, principalmente aqueles que têm retinoides em sua composição.
Anticoncepcionais x Acne
Segundo a dermatologista de Brasília, os anticoncepcionais são indicados no controle da acne inflamatória, principalmente nas mulheres que apresentam alterações hormonais. “Estudos mostram que algumas mulheres não correspondem ao tratamento com isotretinoína oralpor possuírem excesso de hormônios androgênicos. A Síndrome dos Ovários Policísticos é o maior exemplo disso e é a maior causa de insucesso de tratamento da acne”, aponta. Os anticoncepcionais ajudam nesses casos, mas é preciso consultar dermatologistas e ginecologistas antes de começar o tratamento.