Ano novo, vida nova. Essa frase popular simboliza o desejo de muitos casais: ter um bebê. Mas entre 8% e 15% dos casais não conseguem engravidar pelas vias normais e dentro do período de um ano. No Brasil, calcula-se algo em torno de 300 mil casais inférteis. Apesar de ser um problema sério e que provoca desgaste emocional, na maioria dos casos uma ajuda especializada significa sucesso. Suely Resende, especialista em Medicina Reprodutiva e diretora do Fertility Medical Group – Campo Grande (MS), aponta sete passos simples para que os casais possam finalmente formar uma família no ano que se inicia.
1. Recorram a bons profissionais
“Todo mês, um casal jovem tem 20% de chances de gerar um bebê. Se a mulher passou dos 40 anos, a chance é reduzida para 8% somente. Outra coisa: as causas da infertilidade são atribuídas igualmente a homens e mulheres (40% cada), sendo que em 20% dos casos há outros fatores originando o problema, inclusive a incompatibilidade do casal. Seja como for, quem está tentando engravidar há um ano sem sucesso deve procurar ajuda o quanto antes – recorrendo a bons profissionais. Com ajuda especializada, vários exames poderão apontar por que o casal enfrenta problemas para engravidar e ainda determinar o tratamento mais adequado para o casal ter um bebê saudável”.
2. Fortaleçam a parceria
“Reconhecer que existe um problema impedindo o nascimento dos filhos não é fácil para ninguém. Mas pode ficar pior se o casal não se unir e evitar a especulação sobre qual dos dois é infértil. Sendo assim, é fundamental que o casal fortaleça a parceria e se comporte de forma positiva, certa de que está em vias de conquistar seu objetivo. Quando a mulher cuida do emocional do marido e vice-versa, impedindo que aborrecimentos que vêm de fora atinjam o casal, as chances de sucesso são muito maiores”.
3. Adotem uma alimentação saudável
“Mais de 10% dos casos de infertilidade são atribuídos ao excesso ou à falta de peso. O excesso de peso pode ter impacto negativo nos ovários, onde os óvulos são produzidos, bem como no endométrio, onde são depositados os óvulos fertilizados. Também favorece o surgimento de diabetes gestacional e hipertensão. Vários estudos também comprovam que homens acima do peso têm espermatozoides de pior qualidade – problema que se agrava quando a pessoa passou dos 40 anos. Além de evitar alimentos muito calóricos, gordura trans, carne vermelha, sal e açúcar, é importante incluir legumes, saladas e frutas às refeições”.
4. Combatam juntos o sedentarismo
“O ideal é que o casal escolha um esporte que possa praticar junto, de forma prazerosa. Combater o sedentarismo é uma das grandes decisões de quem não pratica exercício algum, já que traz muitos benefícios emocionais e físicos. É claro que cada um dos parceiros deve manter seus interesses individuais, mas caminhar juntos no parque, por exemplo, pode ser uma boa atividade para que um motive o outro a levantar cedo e se mexer. Só devem tomar cuidado para não exagerar”.
5. Nada de álcool, cigarro e outras drogas
“A dica é adotar tolerância zero com relação ao consumo de álcool – e, consequentemente, de cigarros e drogas. Todas essas substâncias diminuem consideravelmente as chances de gerar um bebê – além de prejudicar a saúde como um todo. Casais em tratamento de fertilização, por exemplo, são altamente aconselhados a adotar hábitos de vida mais saudáveis, já que as centenas de substâncias presentes no cigarro e nas bebidas alcoólicas aumentam o estresse oxidativo sistêmico, piorando a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides”.
6. Mantenham o bom humor
“Está comprovado que o estresse está intimamente relacionado ao excesso de radicais livres que, por sua vez, têm impacto negativo sobre o DNA, lipídios e proteínas, dificultando a gravidez. Por isso, quando o casal decide recorrer à Fertilização Assistida para engravidar é fundamental manter a esperança em alta, uma postura otimista e livre de estresse. Recorrer a terapias alternativas para equilibrar o emocional (acupuntura, ioga, massagens terapêuticas etc.) é bastante indicado. Hoje em dia, inclusive, há vários tipos de terapia incorporados aos tratamentos de fertilização in vitro”.
7. Não desperdicem noites de sono
“O útero tem seu próprio relógio biológico – que precisa estar sincronizado com o relógio biológico do corpo da mulher para criar condições ideais ao crescimento e desenvolvimento fetal. O sono é considerado parte essencial dessas condições ideais. Estudos mostram que a incapacidade de sincronização pode explicar pelo menos em parte por que algumas mulheres têm dificuldade em seguir com a gravidez durante os nove meses. A falta de sincronização ‘desliga’ os genes do relógio biológico em células que revestem o útero – podendo comprometer a gravidez. Por isso, quem quer engravidar tem de cuidar muito bem das horas de sono, permitindo ao corpo descansar e se regenerar completamente de um dia para o outro”.