A hanseníase, conhecida antigamente como lepra, é uma doença infeciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Considerada uma das doenças mais antigas da humanidade, ainda é encontrada em diversos países, sendo um deles o Brasil.

De acordo com a dermatologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Marli Manini, a doença é curável, mas se não tratada pode ser preocupante. “A hanseníase afeta mais comumente a pele e os nervos periféricos, podendo atingir outros órgãos. A doença é transmitida principalmente pelas vias respiratórias superiores. Pode ocorrer transmissão também pelo contato com a pele do paciente”, diz a médica.

A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram o quadro da hanseníase, que desde a década de 40 tem tratamento. Atualmente, com tratamentos mais eficazes, a cura se dá em um tempo bem mais curto. “Ela atinge pessoas de qualquer sexo, idade ou classe social. Se não for tratada e diagnosticada precocemente, pode causar deformidades pelo corpo”, afirma a dra. Marli. Segundo a médica, no Brasil, foram diagnosticados 28.761 casos, em 2015.

Diagnóstico

O diagnóstico da hanseníase é feito pelo médico e envolve a análise clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora etc. “Se o médico desconfiar de alguma mancha na pele, poderá fazer uma biópsia da área ou pedir um exame laboratorial para medir a quantidade de bacilos. As lesões podem se localizar em qualquer parte do corpo, mas como o bacilo tem preferência por temperaturas mais frias, ele é mais frequentemente encontrado nas orelhas, mãos e cotovelos”, explica.

O período de incubação é prolongado e, em geral, varia de cinco a sete anos.

Tratamento

De acordo com a dra. Marli, vale frisar que a hanseníase é uma doença totalmente curável, e não há motivo para preconceito. “É importante ficar atento aos sinais e procurar o dermatologista o quanto antes, pois ele prescreverá o tratamento adequado”, afirma.

O tratamento é gratuito, feito em ambulatório e os medicamentos são fornecidos pelo governo. “Após a primeira dose do medicamento, em uma semana o doente deixa de oferecer risco de contágio, ou seja, a doença deixa de ser transmitida”, alerta.

Prevenção e desconhecimento

A maior parte da população já nasce naturalmente resistente à doença. A melhor forma de preveni-la é manter o sistema imunológico eficiente. Boa alimentação, atividade física e condições aceitáveis de higiene também ajudam a manter a hanseníase longe, pois caso haja contato com a bactéria, logo o organismo irá combatê-la. O autoexame é fundamental, os passos são os seguintes:
– Verifique em todas as partes do seu corpo se há caroços ou manchas claras ou avermelhadas
– Caso haja, toque nessas manchas e verifique se estão dormentes ou se a sensibilidade é diferente

Caso note alguma anormalidade, o paciente deve buscar ajuda médica. Outra dica importante é convencer os familiares e pessoas próximas a um doente a procurarem um especialista para avaliação. Segundo a dra. Marli, por ser uma doença que oferece estigma social (que sofre censura, condenação), o desconhecimento e a falta de informação acabam dificultando o diagnóstico.