Do 'crush' ao crime: como funciona o chamado golpe do amor? (Foto: Freepik)
Do 'crush' ao crime: como funciona o chamado golpe do amor? (Foto: Freepik)

O romantismo às vezes pode ser uma armadilha, como deamonstram os dados alarmantes sobre o chamado “golpe do amor”, que têm assolado principalmente mulheres na maior cidade do Brasil. Dos 51 casos de sequestro registrados em 2023 em São Paulo, surpreendentes 49 ocorreram através de aplicativos de namoro. Essa tendência preocupante lança luz sobre os perigos ocultos por trás das interações virtuais que começam com promessas de amor e terminam em extorsão financeira.

Um levantamento recente da organização “Era Golpe, Não Amor“, em colaboração com a empresa Hibou, a Associação Brasileira de EMDR e o Ministério Público de São Paulo, revelou que quatro em cada dez mulheres no Brasil afirmam ter sido vítimas de algum tipo de golpe virtual de namoro ou conhecem alguém que foi. O golpe financeiro, onde o golpista pede dinheiro emprestado por transferência bancária, lidera as táticas usadas, representando 53% dos casos relatados.

“Golpe do Amor” assusta mulheres em São Paulo

Além disso, a fraude de pagamentos emergiu como uma modalidade cada vez mais comum. Em 2023, quase todos os casos de sequestro em São Paulo – 49 de 51 – foram realizados através de aplicativos de namoro, conforme dados da Divisão Antissequestro de São Paulo e da Secretaria de Segurança Pública. Essa estatística destaca São Paulo como o epicentro desse tipo de crime no Brasil.

Arnaldo Thomaz Neto, country manager da BioCatch, ressalta a complexidade desses golpes: “Esse tipo de fraude ocorre com frequência quando grupos de golpistas se passam por estrangeiros, geralmente militares dos Estados Unidos ou pessoas em altos cargos de empresas. De maneira articulada, eles convencem as vítimas a transferirem altas quantias de dinheiro, até mesmo passar dados pessoais, se tornando, assim, laranjas dos golpes aplicados em outras vítimas”.

O aumento da popularidade dos aplicativos de namoro e a introdução do PIX como método de pagamento têm facilitado a operação dessas quadrilhas. Portanto, a conscientização e a segurança dos usuários são essenciais. Os bancos têm um papel crucial nisso, não apenas informando os clientes sobre esses golpes, mas também implementando medidas de segurança mais robustas para proteger as transações.

Golpista do Tinder

A história do famoso “Golpista do Tinder“, Shimon Liev, que se tornou até documentário na Netflix em 2022, é um dos exemplos mais notórios desse tipo de crime. Liev foi acusado de roubar milhões de dólares de várias mulheres, todas seduzidas por uma identidade falsa que ele mantinha em um aplicativo de namoro.

Aprenda a identificar e não cair em tentativas de golpes

Pesquise o histórico da pessoa:

Faça uma pesquisa rápida na internet sobre a pessoa com quem você está interagindo. Verifique se há informações conflitantes ou se as fotos utilizadas podem ser falsas.

Verifique todas as mídias sociais:

Veja se a pessoa possui perfis em redes sociais e se esses parecem autênticos. Perfis com poucas fotos ou amigos, ou que foram criados recentemente, podem ser indicativos de fraude. Assim como perfis com números nos nomes de usuários.

Desconfie de sentimentos muito rápidos:

Impulsividade é o primeiro sinal de desconfiança. Se a pessoa expressar sentimentos intensos de forma rápida, isso pode ser um sinal de que estão tentando manipulá-lo emocionalmente.

Mantenha sua privacidade:

Não compartilhe informações pessoais ou financeiras com pessoas que você conheceu recentemente. Isso inclui números de cartão de crédito, detalhes bancários, endereço pessoal e comercial e outras informações de identificação.

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