Presentear com pets, especialmente no Natal, é uma prática comum. Contudo, especialistas alertam para a necessidade de conscientização sobre a posse responsável de um animal de estimação antes de tomar essa decisão. Animais não são objetos, mas seres vivos com sentimentos, necessidades e expectativas de vida que podem variar de seis a 16 anos, dependendo da espécie e do porte.
Segundo dados da Comissão de Animais de Companhia (COMAC), 44% dos novos tutores de cães e 31% de gatos no Brasil receberam os animais como presentes. Essa estatística reforça a importância de refletir sobre o impacto dessa escolha tanto para a família quanto para o animal.
Educação infantil e convívio com animais
No contexto familiar, é fundamental educar as crianças para enxergar os animais como companheiros e não como brinquedos. O convívio entre crianças e pets pode promover empatia e respeito pelas formas de vida. Essa relação também aproxima as crianças do mundo natural e contribui para o desenvolvimento de valores importantes.
Para garantir o bem-estar do animal, é necessário considerar o ambiente familiar e como o pet será inserido nessa dinâmica. Cada espécie e raça possui características próprias que podem ou não se adequar ao estilo de vida dos futuros tutores.
O papel do veterinário na escolha
Consultas prévias a um médico-veterinário são fundamentais no processo de escolha de um animal de estimação. “Consultar um médico-veterinário é um recurso-chave e uma fonte de informação confiável. Eles podem até mesmo recomendar criadores, ONGs e abrigos de animais resgatados que sigam diretrizes de bem-estar responsáveis”, explica Vininha F. Carvalho, ambientalista e editora da Revista Ecotour News.
Priscila Rizelo, médica-veterinária e coordenadora de comunicação científica da Royal Canin Brasil, destaca a importância de entender as especificidades de cada espécie. “Gatos e cães são muito diferentes. Seu tamanho, idade, níveis de energia e temperamentos podem afetar a dinâmica familiar. É importante conhecer mais sobre as características de cada um para fazer uma escolha com base no cotidiano e na realidade do núcleo familiar”, afirma.
Expectativa de vida e comprometimento
A expectativa de vida de cães e gatos varia de acordo com a espécie e o porte. Para cães pequenos e gatos, a média é de 16 anos. Já cães médios vivem entre 12 e 13 anos, cães grandes entre 10 e 12 anos, enquanto os cães gigantes possuem expectativa de vida de seis a oito anos.
Esses dados reforçam a necessidade de planejamento e compromisso a longo prazo antes de adotar ou adquirir um pet. “Mesmo que o pet seja destinado à criança, a responsabilidade sempre recai sobre o adulto, um aspecto que não deve ser negligenciado”, ressalta Priscila Rizelo.
Posse responsável e desafios
A posse responsável exige atenção à saúde, alimentação e ao bem-estar do animal. Brincadeiras, interações diárias e enriquecimento ambiental são fundamentais para o equilíbrio comportamental dos pets. Além disso, é necessário arcar com despesas como consultas veterinárias, vacinas, alimentação e outros cuidados básicos.
A aquisição impulsiva de animais também é um fator que preocupa especialistas. “A aquisição impulsiva de pets por certas pessoas e a falta de orientação, associadas aos maus criadores resultam no aumento do número de animais abandonados ou sujeitos a enormes sofrimentos”, alerta Vininha F. Carvalho.
Ela também reforça a importância de considerar o futuro do animal antes de tomá-lo como presente. “Por isso, antes de presentear alguém com um animal, reflita se este presente terá um futuro garantido”, completa.
O impacto das escolhas conscientes
Escolher um animal de estimação de forma consciente é essencial para evitar problemas futuros. Além disso, a adoção é uma alternativa que pode transformar a vida de um animal e de uma família. Buscar informações sobre os cuidados necessários e avaliar o impacto dessa decisão no cotidiano são passos importantes para garantir o bem-estar do animal e dos tutores.