
A influenciadora Virginia Fonseca retornou a uma clínica especializada nesta quinta-feira (10) para continuar o tratamento contra enxaqueca crônica. Diagnosticada com a condição, ela já relatou que “não vivia um dia sem dor” antes de iniciar o acompanhamento médico.
A enxaqueca crônica é uma doença neurológica sem cura, mas que pode ser controlada com terapias adequadas. Além da dor de cabeça intensa, os sintomas incluem sensibilidade à luz e sons, náuseas, tontura e comprometimento do sono e da memória.
Enxaqueca tem causas genéticas e é mais comum em mulheres
O Dr. Tiago de Paula, neurologista especialista em cefaleia, explica que a enxaqueca tem forte componente genético. “Cerca de 180 loci no código genético predispõem à doença”, afirma.
Outro fator determinante é a influência hormonal. “O estrogênio aumenta a sensibilidade aos sintomas, por isso a enxaqueca é mais prevalente em mulheres”, diz o médico.
Além disso, fatores ambientais podem agravar as crises. Estresse, má alimentação e privação de sono são gatilhos comuns. “Alimentos estimulantes, como café, chocolate e energéticos, também podem piorar o quadro”, alerta o especialista.
Tratamento convencional pode cronificar a enxaqueca
O Dr. Tiago de Paula ressalta que medicamentos para crises de enxaqueca não tratam a doença. “Eles podem cronificar o problema, reduzindo sua eficácia com o tempo e causando cefaleia por uso excessivo de remédios”, explica.
Em vez disso, o tratamento ideal deve ser preventivo e multidisciplinar. Na clínica onde Virginia Fonseca é atendida, a abordagem inclui:
- Acompanhamento nutricional e psicológico
- Toxina botulínica para reduzir a sensibilidade cerebral à dor
- Medicamentos Anti-CGRP, que bloqueiam o peptídeo relacionado à dor
Tecnologia e fisioterapia auxiliam no controle das crises
Virginia também utiliza um dispositivo de neuroestimulação do nervo trigêmeo. “A técnica diminui a transmissão de sinais de dor e reduz a excitabilidade cerebral”, detalha o médico.
Sessões de fisioterapia complementam o tratamento, que visa melhorar a qualidade de vida do paciente. “A enxaqueca não tem cura, mas pode ser controlada com estratégias personalizadas”, finaliza o neurologista.