Raça que mais registra cães no Brasil desde 2016, segundo dados da Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC), a popularidade mundial do Buldogue Francês é inegável. Nos Estados Unidos, por exemplo, é o sexto cão mais popular pelo American Kennel Club. Na França, seu país de origem, foi o décimo mais popular em 2016 de acordo com a Societé Centrale Canine. No Reino Unido, é o terceiro do ranking The Kennel Clube.

Com tantos admiradores pelo mundo, a raça sofreu, em abril de 2015, mais uma atualização em seu padrão oficial. Segundo Daniel Beguin, vice-presidente do Club dy Bouledogue Français (CBF), clube francês que está por trás dos novos ajustes, está é a quinta modificação realizada no padrão oficial do Buldogue Francês da Federação Cinológica Internacional (FCI) desde 1898, quando o primeiro foi redigido. Nesta atualização, foi reforçada a proibição de cores ditas “exóticas” que não são aceitas na criação, ou seja, azul (cinza), chocolate, black and tan (preto e castanho), merle (pelagem de fundo cinza claro com manchas mais escuras, muitas vezes acompanhada de azuis) e o lilás, todas também criadas no Brasil e em outros países.

“A nova revisão vem com o intuito de proteger a raça em quesitos cuja a relação com a saúde do cão é muito próxima. Portanto, vemos com bons olhos as novas mudanças”, opina Leonardo Buzzi, do canil Le Baron Rouge, de Brasília, que cria a raça desde 2004 e foi o melhor criador de Buldogue Francês no ranking CBKC em 2016.

Principais mudanças no padrão oficial FCI

Buldogue Francês: Fique por dentro do novo padrão

Cores: A grande polêmica da criação

Tigrado (pelagem fulva coberta de traços mais escuros); fulvo (possui manchas limitadas, pode ter máscara preta ou não); fulvo e branco (mancha branca distribuída em todo o animal); tigrado e branco (ou codorna, em que o cão é majoritariamente branco com manchas tigradas), são as quatro cores aceitas na raça pela FCI. “O fulvo surgiu a partir de cruzas com o Pug e o Buldogue Francês e o tigrado é a cor original da raça”, destaca Daniel. O Buldogue inteiro branco também é aceito, desde que tenha mucosas e narinas pigmentadas de preto.

Da esquerda para a direita: tigrado, fulvo e branco; fulvo; e tigrado e branco (ou codorna), são as quatro cores aceitas na raça no novo padrão FCI (Foto: Arquivo Daniel Beguin/CBF)

Cuidados no quesito saúde do Buldogue

Para garantir a saúde e o bem-estar da raça Buldogue Francês, prover a boa respiração dos exemplares é um dos objetivos das mudanças no padrão. “Exemplares da raça que apresentam dificuldade respiratória têm a cabeça extremada (“hipertipo”), e o novo padrão combate isso reforçando como ela deve ser na rubrica ‘região facial'”, revela Daniel. Além desse problema, as principais doenças que pressionam a raça no mundo, segundo Leonardo, são a síndrome do cão braquicefálico, hemivértebra (má-formação da coluna que pode causar problemas neurológicos), catarata hereditária e mielopatia degenerativa (doença progressiva que afeta a medula espinhal), lista.